A partir deste mês, o IBGE modifica a atual metodologia para
medir a taxa de emprego no país. Na verdade, a modificação acontece na amostra
da pesquisa e não na totalidade do método em si. Todavia, essa alteração vai
aproximar um pouco mais as taxas da realidade. Até hoje a pesquisa do IBGE era
realizada nas 6 maiores RMs (Regiões Metropolitanas – Recife, Salvador, Rio de
Janeiro, Porto Alegre, São Paulo e Belo Horizonte) e agora passa a incluir
outras regiões abrangendo um total de 3500 municípios, porém só será divulgada
a cada três meses.
Segundo alguns economistas, a estimativa é que a taxa de
desemprego medida pela atual metodologia que é de 5,6% ultrapasse os 8%. (Outras
metodologias de outras entidades, já apontam desemprego no patamar de 10% - ver
post : http://blogdonelsonsp.blogspot.com.br/2013/06/desemprego-e-as-metodologias-de.html
)
A nova metodologia – PNAD Contínua
- está sendo implantada para se aproximar dos conceitos da OIT (Organização
Internacional do Trabalho) e também analisará outros indicadores como educação,
trabalho infantil e outros. Essa metodologia substituirá completamente em 2015
a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) e a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios). A PME continuará a ser divulgada até o final de 2014. Conforme citamos acima, a nova
metodologia altera alguns pontos, como a idade considerada na PIA, que antes
era de 10 anos e agora passa para 14 anos. Outro ponto relevante foi a mudança
no que se considera “inativo”, que antes considerava apenas 30 dias o período
para que o trabalhador estivesse desempregado. Algumas atividades antes
consideradas como “trabalhador empregado” (subempregados, bicos esporádicos, malabaristas
de semáforo, etc.) passam a ser considerados na nova categoria “Subocupação”. Alguns
termos também estão sendo modificados: a PEA – População Economicamente Ativa
passa a ser FT - Força de Trabalho e a PIA – População em Idade Ativa passa a
ser PIT – População em Idade de Trabalhar.
Na primeira divulgação dos resultados que acontece na data de hoje, o índice passa de 5,9 (2º trimestre de 2013) para 7,4% com a nova metodologia.
Outra situação apontada
nesta nova metodologia é o verdadeiro mar de gente em idade economicamente
ativa que não está procurando trabalho, seja porque recebem benefícios
sociais, desistiram de procurar ou mesmo nem tentaram ingressar no mercado de
trabalho. Isso corresponde a 61,3 milhões de pessoas que não entram nos índices
de desemprego. Isso demonstra a fragilidade do mercado de trabalho brasileiro.
As pessoas já começam a sentir o impacto de uma economia que está se desacelerando,
produzindo uma inflação alta e desequilíbrio nas contas. Portanto, mesmo com a
nova metodologia, o desemprego real no Brasil é muito maior do que os
apontados.
Por: Nelson Miguel Junior
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