ANO XVI

ANO XVI - Dezesseis anos informando sobre o mundo do trabalho

quarta-feira, 11 de julho de 2012

EMPREGO NA INDÚSTRIA EM QUEDA (...e comércio desacelerando)


Em tempos de estabilidade econômica no Brasil, mas com grande parte do mundo em crise, seria muito fácil dizer que a situação não é preocupante para os brasileiros. O nível de emprego na indústria vem caindo constantemente, desde o início de 2011. Praticamente todos os setores da indústria estão sendo afetadas, com raras exceções. É o pior desempenho desde 2009. Isso é um alerta e um indicador que a situação não é tão boa assim. A Indústria de São Paulo por ser a mais diversificada e mais importante em exportações tem sido muito afetada e isso se refletiu em fechamento de postos de trabalho. A piora tem sido gradual e constante, já que há menos exportação e maior importação. A concessão de crédito de forma quase indiscriminada a fim de incentivar o consumo, provocou uma onda de inadimplência e agora o consumo interno também se retrai. A inadimplência do consumidor cresceu mais de 19%, já que boa parte de sua renda foi comprometida com a compra de bens de alto valor e muitos recorrem aos crédito rotativo (e muito mais caro) como cartão de crédito e cheque especial.

Todo esse quadro faz com que a situação do nível emprego na indústria não evolua positivamente e não há perspectivas seguras de melhora em curto prazo. Nesse momento da economia, mesmo se houver algum crescimento do consumo e aumento da produção industrial, isso não levará necessariamente ao aumento de postos de trabalho, já que para a empresa é mais vantajoso ampliar as jornadas. Para que se criem postos de trabalho é necessário que a produção seja aumentada de forma constante e não sazonal.
Segundo o IBGE as áreas mais afetadas pela queda do nível do emprego são a indústria do fumo (-10,4); vestuário (-8,7); madereira (-7,7); calçados (-6,1); têxtil (-5,7) e metalúrgica (-4,8).

Como disse em postagens anteriores, não podemos afirmar que vivemos em uma situação de pleno emprego. Isso não corresponde à realidade técnica do termo e nem mesmo a todas as regiões do Brasil, onde o desemprego ainda é importante.