ANO XVI

ANO XVI - Dezesseis anos informando sobre o mundo do trabalho

sexta-feira, 11 de julho de 2014

QUEDA NO NÍVEL DE EMPREGO INDUSTRIAL

Ainda ontem publicamos um artigo sobre a queda constante no setor industrial e comentamos sobre isso, no reflexo que isso geraria nos empregos ( http://www.blogdonelsonsp.blogspot.com.br/2014/07/setor-industrial-em-queda-constante.html  ).

Não precisamos esperar muito para confirmar a queda no nível de emprego. Hoje o IBGE divulgou os dados do Emprego para a Industria, apresentando queda em 15 das 19 setores pesquisadas e 10 em 13 regiões pesquisadas. Os Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul apresentaram as maiores quedas, mas a queda no emprego é generalizada em todo o país. Até setores que receberam facilidades do governo como desoneração da folha de pagamento ou redução de IPI apresentam dificuldades. Os setores como o Textil, Calçadista e de Vestuário, apresentam quedas mais fortes, já que ainda recebem a concorrência de produtos importados importados. Falamos isso no artigo de ontem.

O nível de emprego em maio recuou 0,7% e o acumulado do ano (até maio) é de 2,2%. Se comparado com maio do ano passado, a retração é ainda maior: 2,6%.

Como mencionei no artigo de ontem, a falta de uma política econômica e industrial correta e de longo prazo, só poderia acarretar em queda na produção e fatalmente na queda do nível de empregos.


"A PREGUIÇA NUNCA CRIOU BONS FILHOS"

O título acima é um dito popular e significa, simplesmente, que quem tem preguiça, não luta e não se esforça, nunca terá sucesso na vida. Há outros ditos populares com esse mesmo sentido e todos verdadeiros. Mas não estou aqui para analisar ditos populares, mas para relacionar, especificamente esse, ao sucesso na vida profissional (que é um dos focos desse blog).
Para se ter sucesso na vida (e não só no aspecto profissional), as pessoas devem se preparar e passar por etapas, degraus que levam ao sucesso. Sucesso não significa ficar milionário, mas chegar a um ponto onde se possa decidir sobre sua vida profissional e pessoal de acordo com seus objetivos, não ficando sujeito às vontades, desejos e circunstâncias de outras pessoas. Assim, de um modo básico, a primeira parte do caminho é o aprendizado e o estudo. Isso só depende de cada um e a cada dia depende mais. Digo isso, pois nos deparamos com um paradoxo nesses tempos: nunca tivemos tanta informação e tanto acesso a elas, mas são cada vez menos pessoas que se aproveitam dessa oportunidade. Vejo que grande parte das pessoas, principalmente os jovens que estão começando suas vidas, pretende ter tudo “mastigado”, “decifrado”, “montado”, “pronto”...

Não obstante à qualidade do ensino, seja público ou privado, a qualidade do aluno está muito aquém do desejável. E um aluno ruim será um profissional ruim e com baixas perspectivas. Se o nível do ensino não ajuda, cabe à família (que educa) estimular esse jovem ao aprendizado, ao estudo, à leitura, já que a escola pouco faz nesse sentido (com raras exceções). Cada um tem, em primeiro lugar, de procurar crescer e se desenvolver por si só, levantar de sua cadeira e “correr atrás”.

E você pode estar se perguntando: “o que deu nesse cara para falar nesse assunto dessa forma hoje?”

O objetivo deste blog e deste blogueiro, além de comentar e opinar sobre os temas do Mundo do Trabalho é ajudar e colaborar com pessoas que desejam ingressar, reingressar e melhorar no mercado de trabalho. Participo de alguns grupos nas redes sociais e observo constantemente isso que estou comentando hoje. Administradores de alguns desses grupos de oportunidades de trabalho, informam constantemente para seus membros vagas de emprego e concursos, por exemplo. Eles apenas repassam informações que chegam até eles e publicam. Alguns leitores, “lotam” os administradores com perguntas sobre as vagas e sobre os concursos, até mesmo sobre informações do resultado desses concursos. Surgem perguntas do tipo: “trabalha de que horas a que horas?”; “não posso trabalhar aos sábados”;  “ meu nome está na lista de aprovados?”;  “que dia é a prova?” ... E muitas outras do mesmo tipo.

Posso entender que algumas dessas pessoas tenham dificuldade para buscar informações, mas a maioria não. Tais perguntas deveriam ser feitas diretamente aos empregadores ou selecionadores e informações sobre um concurso está lá no edital. Há pouco tempo vi uma pessoa, que viu no grupo da rede social, que aconteceria um concurso e perguntou ao administrador onde fazia inscrição e o administrador respondeu. A pessoa foi no local, fez a inscrição (pagou) e no dia da prova descobriu por meio de outro candidato que precisava de um requisito que ela não tinha. Isso aconteceu, pois em nenhum momento ela leu o edital. Isso são apenas alguns exemplos. Então volto ao título deste artigo e pergunto: As pessoas têm preguiça ou não aprenderam que devem “buscar seu alimento”? Pior ainda é a preguiça de pensar e de raciocinar. Essa dá um trabalho danado!

E para encerrar vou contar resumidamente sobre um conhecido que abandonou a escola e teve sucesso na vida. Quando terminou o ensino fundamental e passou para o ensino médio, descobriu que não se dava bem com a escola. Estava indo mal, não se adaptava e não tinha perspectiva nenhuma de terminar bem aquilo e resolveu abandonar a escola. Só que ele não era um cara comum. Embora tivesse abandonado a escola formal, era determinado e gostava de aprender. Foi fazer o que gostava: montar, desmontar motores de carro e encher as mãos de graxa. Mas isso não bastava. Estudou, observou, praticou incansavelmente até se tornar muito bom no que fazia. Nunca teve preguiça ou esperou que as coisas caíssem do céu. Cresceu na profissão e na vida e mantém sua família com dignidade e conforto.


Acho que foi Einstein que disse que o segredo do sucesso é 10% de inspiração e 90% de transpiração.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

SETOR INDUSTRIAL EM QUEDA CONSTANTE

Já publicamos alguns artigos anteriormente comentando sobre a desaceleração do setor industrial. No início do ano alguns empresários tinham e expectativa que o quadro se revertesse, mas essa expectativa não se realizou.

O IBGE acaba de publicar que a queda acumulada na atividade industrial já chega a 1,6% (abril de 2014 em 0,6%) e a torcida dos empresários é que 2014 feche com o índice negativo de "apenas" 1%. Parece pouco mas é muito. Muito mesmo diante do quadro atual. O setor deveria crescer mas está em declínio constante. Isso é muito perigoso para o nível de emprego e para um tipo de emprego de extrema importância para o país. Segundo o IBGE sete das catorze regiões pesquisadas apresentaram retração: Amazonas (grande polo de eletro-eletrônicos), Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Bahia e Região Nordeste como um todo. Todas essas regiões com queda acentuada acima da média nacional (0,6%)

A situação é extremamente preocupante, já que a situação perdura e não existe política industrial de longo prazo para o país. Nem mesmo as ações paliativas do governo como reduzir o IPI de setores como o de Automóveis está dando resultado (setor também em queda). Esse tipo de desoneração nem de longe se trata de uma política industrial e nem mesmo preserva os empregos. Nem mesmo com a Copa do Mundo sendo realizada no país o setor conseguiu crescer. Grave ainda é que muitas indústrias de transformação fecharam suas portas ou pararam suas atividades simplesmente pelo alto custo da energia elétrica no Brasil. São empregos jogados no lixo por falta de política industrial.

Analistas comentam ainda que o quadro é agravado pela concorrência de produtos importados a custos mais baixos do que os produtos aqui produzidos. Algumas indústrias brasileiras já transferiram suas plantas industriais para outros países como a China e algumas indústrias estrangeiras já deixaram ou estão deixando o Brasil.

Muito se comenta sobre o Brasil estar em um processo de desindustrialização, o que até agora, eu não concordava muito com essa opinião. Pensava que estávamos em uma fase de ajustes devido à mudança de tecnologia, processos de produção e formação de profissionais. Mas agora, me parece que além disso, a falta de visão e de política, está realmente abrindo caminho para um processo de desindustrialização.

terça-feira, 8 de julho de 2014

TRABALHO INFANTIL

Um assunto complicado de tratar é referente ao trabalho infantil. Já ouvi bons argumentos que não deveriam vetar o trabalho de menores de 14 anos para algumas atividades, para algumas exceções. O ECA – Estatuto do Menor e do Adolescente veta qualquer trabalho antes dos 14 anos e dessa idade até os 16 anos, somente como aprendiz.  Assim preconiza também a OIT – Organização Internacional do Trabalho.

Sabemos que muitas famílias no mundo todo passam por extrema dificuldade e as crianças acabam obrigadas a trabalhar para ajudar na sobrevivência da família.

Nesta semana a Bolívia altera a Lei que permite que crianças de 10 anos possam trabalhar. Essa é uma luta das próprias crianças que desejam trabalhar, que inclusive já sofreram repressão policial em manifestações. Agora, essas crianças formaram até mesmo um sindicato.

A meu ver há graves problemas nessa situação, como o prejuízo que fatalmente terão na vida escolar, seja por evasão ou mesmo o cansaço, incluindo aqui a falta de tempo para viver a infância de forma adequada. Tão grave ainda é que a maioria não estará realizando trabalhos do tipo venda de balas ou engraxar sapatos. Muitos atuam como pedreiros, mineiros, cortadores de cana e atividades do tipo, pesadas e insalubres. São atividades incompatíveis com criança ou adolescente.

O governo boliviano ao invés de proteger essas crianças faz exatamente o contrário, abre as portas para que essas crianças sejam exploradas e tenham sua infância destruída.