No jornal Folha de São Paulo de hoje foi publicado o artigo de Fernando Rodrigues (página A2) com o título Steve Jobs e o Brasil. Recomendo a leitura do artigo, pois apresenta uma interessante reflexão sobre o empreendedorismo no Brasil. Em resumo, o artigo fala sobre o incentivo aos empreendedores, como é feito nos EUA, que possibilita o surgimento de gênios como Steve Jobs. O Brasil ao contrário, com uma postura conservadora e atrasada, inibe a criatividade e o desenvolvimento dessas pessoas, impedindo que de forma estruturada e dirigida para o desenvolvimento de idéias e de tecnologias, transforme o país num celeiro de gênios (muito possível num país como o nosso, o país do jeitinho). O Brasil pensa pequeno, hoje em dia há algumas políticas e incentivos ao empreendedorismo, mas não basta. O que precisa mudar é a cultura, a cabeça das pessoas e dos governos. O artigo lembra a reserva de mercado na área de informática que condenou o Brasil há um inestimável prejuízo e atraso tecnológico. O inventor aqui no Brasil não pode inventar, pois não tem como investir, não tem com quem o apóie. Caso consiga um investidor, a burocracia o devora. Caso supere tudo isso, ainda encontrará muita dificuldade em introduzir seu invento no mercado. Aqui, criar algo novo e ganhar dinheiro com o trabalho não parece ser algo normal. Parece pecado. Ou seja, o modelo brasileiro não é nem de longe uma fábrica de gênios, apesar de todo o potencial que temos. É um modelo inibidor da criatividade (repito, salvo o jeitinho brasileiro em determinadas situações). O artigo especula ainda, que se Steve Jobs e Steve Woszniak estivessem no Brasil nos anos 70, nunca teriam acesso aos componentes que permitiram criar numa garagem o primeiro computador. Todavia, só com o empenho e esforço de cada empreendedor, poderemos ser uma fábrica de gênios e empreendedores de sucesso.