ANO XVI

ANO XVI - Dezesseis anos informando sobre o mundo do trabalho

sábado, 12 de outubro de 2013

CONTRATAR e PROMOVER - Tentando decidir corretamente

Eu começo este artigo lembrando que não sou um especialista em RH (Recursos Humanos), mas durante a vida corporativa, principalmente quando estava ocupando cargo de liderança ou em meu próprio negócio, muitas vezes me deparava com situações onde era obrigado a tomar uma decisão em relação à equipe, seja para admitir um novo profissional, promover ou mesmo demitir. Para um profissional responsável por uma equipe, esse é um momento crucial e deve ser encarado como estratégico. Um erro nesse momento pode contribuir para o surgimento de problemas futuros e comprometer os objetivos. Além das técnicas de seleção e de estabelecer corretamente o perfil do cargo, o que pode decidir uma contratação ou promoção é a intuição daquele que decide, a impressão que teve daquele candidato.
A primeira vez que tive que decidir por uma contratação, o candidato em questão passou nos testes, tinha os requisitos básicos e minha intuição pedia para aprová-lo. Passado algum tempo, apesar de tecnicamente estar se saindo bem, mostrou-se incapaz de conviver com os colegas, inclusive em questões de trabalho, prejudicando a certa altura o rendimento de toda a equipe. Esse episódio me mostrou que a intuição pode falhar. Mas como, lá no momento de decidir, a intuição ou a impressão que tinha do candidato era fator de decisão, comecei a ajudar minha intuição com um olhar para algumas características subjetivas (além das objetivas e técnicas anteriormente analisadas). Acabei treinando minha intuição e passei a errar muito menos. Certa vez, aconteceu de entrevistar para meu departamento duas pessoas bem acima da idade estabelecida pelo pessoal de RH antes dos testes. Entendemos naquele momento que eram os profissionais que precisávamos. Tinham capacidade, experiência e disposição. Tivemos que brigar com o gerente de RH que não queria contratá-los por causa da idade, mas acabamos por contratá-los e assumir a responsabilidade caso não desse certo. Aqui a intuição estava correta e ambos se tornaram os melhores da equipe.
Promover um funcionário também é uma questão que exige muita responsabilidade, pois a escolha não só irá refletir para os objetivos da empresa como na vida do funcionário promovido. Um funcionário que é promovido corre um grande risco, pois se não tiver bom desempenho não poderá voltar à posição que estava e pode ser demitido. Aqui, o responsável pela promoção deve ter segurança naquilo que está fazendo, tem de saber da capacidade do funcionário a ser promovido e de suas condições de evoluir. É comum em equipes de vendas um bom vendedor ser promovido a supervisor ou gerente pelo mérito de ser um bom vendedor sem que seja observada a sua capacidade de gerir uma equipe, causando prejuízo para as metas da empresa e para esse profissional que poderá ter seus ganhos reduzidos ou mesmo perder seu emprego.

Portanto, aquele que decide pela contratação de um novo funcionário ou por uma promoção deve fazê-lo com muita responsabilidade, avaliar os critérios técnicos, objetivos e subjetivos e treinar sua intuição a não lhe pregar peças. Não podemos esquecer que neste momento está em jogo a necessidade da empresa e a vida de um profissional, onde devemos eliminar o quanto pudermos a margem de erro para essa decisão.

Por: Nelson Miguel Junior

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

SALÁRIOS E BENEFÍCIOS

Há alguns anos os benefícios foram adicionados à remuneração dos trabalhadores. Inicialmente essa estratégia foi usada por grandes empresas e visava atrair e manter os melhores profissionais. Com o tempo foi sendo introduzida em empresas de todos os tamanhos e posteriormente passou a compor a renda do trabalhador.


Sempre defendi que a renda do trabalhador deveria ser composta apenas pelo salário e que fosse condizente com a remuneração pelo trabalho desempenhado. Benefícios deveriam continuar como uma estratégia para atrair e manter um bom profissional, um algo a mais. Mas hoje em dia os benefícios fazem parte da remuneração, onde em alguns casos é quase metade do rendimento. Isso é muito complicado, mas aceitável nos dias de hoje. O custo do trabalhador é alto e essa é uma forma de atenuar esses custos, já que não entram no cálculo de indenizações trabalhistas e nem sempre nos reajustes de valores. Muitas empresas, na hora de negociar reajustes com classes de trabalhadores, diante das dificuldades passam a negociar aumentos maiores nos benefícios e menores nos salários propriamente ditos. Para os trabalhadores é uma forma de preservar o poder de compra nesses tempos de inflação alta. Penso que não é a forma ideal, mas é o que se pode fazer hoje em dia para tentar manter um aumento real e o poder de compra pelo trabalhador.