ANO XVII

ANO XVI - Dezesseis anos informando sobre o mundo do trabalho

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

NOVAS INFORMAÇÕES SOBRE DESEMPREGO

A nova metodologia do IBGE para medir a taxa de desemprego (PNAD Contínua) está mostrando números bem diferentes da metodologia antiga (PME - Pesquisa Mensal de Emprego) e ainda levanta outros pontos interessantes. Os resultados finais só serão apresentados no final do ano, mas resultados parciais já estão sendo divulgados. Além da taxa de desemprego que foi “atualizada” de 5,9% para 7,4%, foi possível “descobrir” que as taxas de desemprego no Nordeste são bem mais altas do que se dizia. A questão aqui não é saber que a taxa de desemprego no NE é alta, mas sim, o porquê é alta, já que a região recebeu muitos investimentos nos últimos anos e a taxa deveria ter diminuído. A pesquisa não analisou os motivos, mas podemos estabelecer algumas hipóteses. Se as oportunidades de trabalho aumentaram no NE, porque o desemprego é tão alto? Neste caso, a hipótese é o descompasso entre as ofertas de emprego que exigem trabalhadores melhor preparados e a baixa escolaridade e capacitação/qualificação profissional desses trabalhadores. Nesta região, 42% das pessoas ocupadas não têm o ensino fundamental completo e 34% dos desempregados também não concluíram o ensino fundamental, o que é um índice altíssimo mesmo para os padrões brasileiros. São ainda 44% de pessoas em Idade de Trabalhar que estão fora do mercado de trabalho. O IPEA – Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada – apontou que a Força de Trabalho na região está diminuindo a cada ano. Outra hipótese é o alto número de pessoas que vivem de benefícios sociais como o “Bolsa Família”. Mais de 50% dos nordestinos vivem desse benefício. Portanto, essa contradição na região, onde há oportunidades de emprego mas que não são ocupadas, podem estar mostrando que o problema não são os investimentos econômicos na região para criar empregos, mas sim a falta de estrutura e infraestrutura generalizada que dificultam o desenvolvimento. A baixa qualificação e a baixa escolaridade parecem aqui, serem motivos fortes para vagas não preenchidas e uma das mais baixas produtividades do país.