ANO XVII

ANO XVI - Dezesseis anos informando sobre o mundo do trabalho

quinta-feira, 30 de abril de 2020

DESEMPREGO PRÉ- PANDEMIA


Acaba de ser divulgada a PNADc – (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) - do primeiro trimestre de 2020 que mediu a taxa de desemprego no Brasil. Para efeito de estudo posterior, considera-se que esse resultado não teve a influência da pandemia  (COVID-19)

O desemprego teve um leve aumento (1,2%) em relação ao trimestre anterior que estava em 10,9%  e passou para 12,2% , o que equivale a 12,9 milhões de desempregados. A pesquisa apontou ainda que a informalidade diminuiu (1%). Podemos considerar que essa queda no nível de emprego foi normal e pequena, já que é um período onde há crescimento de demissões em virtude do maior número de contratações temporárias (ou não) de final de ano. É um período sazonal onde ocorre um “ajuste” das contratações excedentes de final de ano. Essa situação só desaparece quando a economia está muito aquecida e o número de empregos se mantém em alta. No caso do Brasil, a economia vinha sendo retomada de maneira lenta e estável, mas não aquecida o suficiente para manter as contratações de final de ano.

Já a comparação do resultado com o mesmo período do ano anterior, houve uma diminuição do numero de desempregados em 0,5%. Lembramos que em pesquisas desse tipo deve haver a comparação com o mesmo período do ano anterior, para que haja os mesmos parâmetros sazonais.

Essa pesquisa mostrou que o nível de emprego estava estável e com melhora na economia, mas e agora com a pandemia? O mundo foi atingido em cheio e está desarticulando a economia de dezenas de países. Como sabemos a maioria dos empregos é gerada por pequenas e médias empresas que não possuem “fôlego” para agüentar muito tempo sem funcionar e faturar. Muitas dessas empresas foram obrigadas a demitir e mesmo fechar logo nas primeiras semanas. E claro, isso já reflete um aumento considerável no desemprego e provavelmente a próxima pesquisa mostrará números assustadores. Mesmo o mercado informal não se mantém. A dificuldade de geração de renda já é enorme para muitos brasileiros e a ajuda governamental está longe de amenizar o impacto nas famílias.


Quando tudo isso passar, ainda teremos um longo e duro caminho a percorrer. Infelizmente.