Já há algum tempo são noticiados sinais de que a pujança de nossa economia não é tão grande quanto querem fazer crer os responsáveis por essa área do governo. Na indústria, a geração de empregos vem patinando há vários meses refletindo a verdadeira situação econômica. O Mês de dezembro de 2012 apresentou mais demissões que contratações segundo o CAGED. A criação de empregos em 2012 foi abaixo da expectativa governamental para o ano, sendo a pior desde 2009.
Portanto, a situação não é tão boa quanto parece e ainda não recebemos o maior impacto da crise na Europa. Não sou pessimista, mas é bom ter cautela! A maioria dos trabalhadores brasileiros não está preparada ou capacitada para esse novo mercado de trabalho que se apresenta, mais tecnológico e com conhecimentos mais atualizados, sem mencionar o baixo nível de escolaridade. Já há uma espécie de apagão de mão de obra que cresce em velocidade maior do que a capacidade de formar profissionais e técnicos. Sempre me preocupei com a decisão de privilegiar o ensino superior em relação ao ensino técnico. Faltam técnicos no mercado de trabalho e formamos doutores de segunda linha. Essa, a meu ver, não é a decisão mais inteligente em longo prazo. É quase como a opção feita nos anos 60 pela planta rodoviária em detrimento à ferrovia. Maior custo e menor eficiência.
E assim cria-se um abismo cada vez maior entre a demanda de profissionais para o atual mercado de trabalho e a oferta de trabalhadores disponíveis. Será um desemprego não por falta de oportunidades, mas por falha na base de formação de trabalhadores.