Muito se discutiu sobre as metodologias adotadas para medir
o desemprego no Brasil (inclusive neste blog). As principais medições são
realizadas pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, pelo
DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos e
ainda a Fundação SEADE – Sistema Estadual de Análise de Dados, porém as metodologias
utilizadas são diferentes (IBGE X DIEESE\SEADE) e conseqüentemente resultados
diferentes em suas análises. Quando comparados os resultados, os números do
desemprego, por exemplo, apresentados pelo IBGE representam a metade dos
números das outras entidades. Hoje, em tempos menos bicudos quanto ao tema
desemprego, isso aparece pouco nas discussões, mas já provocou muito barulho e
acusações que a metodologia do IBGE (pertencente ao governo federal) mascara os
reais índices de desemprego.
Grosso modo, a metodologia do IBGE considera como critério
apenas o Desemprego Aberto, ou seja, pessoas que naquele período medido estavam
a procura de emprego e disponíveis são consideradas desempregadas. Considera
ainda que uma pessoa que exerceu naquele período, qualquer atividade
remunerada, mesmo que por algumas horas, não é um desempregado, inclusive
qualquer tipo de “bico”, incluindo os “profissionais” dos cruzamentos (vendedor
de balas, limpador de pára-brisas, cuspidor de fogo, etc.). Já as metodologias
do DIEESE e SEADE consideram o Desemprego Total, ou seja, está incluído na
metodologia o Desemprego Oculto (Trabalho Precário e pessoas em Situação de Desalento).
No final do texto colocarei uma nota sobre o significado de
cada termo.
Ambas as metodologias pesquisam nas seis principais Regiões
Metropolitanas e baseiam-se na PEA – População Economicamente Ativa. Vale aqui
um comentário: se a pesquisa fosse realizada em outras regiões fora das RMs e a
base fosse a PIA – População em Idade Ativa, os resultados seriam ainda mais
relevantes e mais próximos da real situação, já que algumas regiões menos
desenvolvidas são muito mais sensíveis ao desemprego e a PIA ampliaria
enormemente a base da amostra.
Conceitos:
Desemprego Aberto:
Pessoas que procuraram emprego no último período de 30 dias e não exerceram
atividade remunerada de nenhum tipo nos últimos sete dias.
Desemprego Oculto: 1.
Por trabalho precário – pessoa que exerceu algum tipo de atividade informal, de
forma não contínua e irregular, mas que no período de 12 meses anteriores buscaram
trabalho. 2. Por desalento – pessoas que deixaram de buscar trabalho nos
últimos 30 dias, mas que procuraram nos últimos 12 meses, e que desistiram da
busca, por desestímulo ou outro motivo fortuito.
PIA – População em
Idade Ativa – é a população acima de 10 anos, aptas a exercer alguma
atividade econômica.
PEA – População Economicamente
Ativa – é a população ( parcela da PIA) que está ocupada ou desocupada.
Para saber detalhes de cada metodologia e conhecer mais
sobre o tema, o leitor pode acessar os sites das três entidades citadas:
DIEESE: www.dieese.org.br
SEADE: www.seade.gov.br
Por Nelson Miguel Junior