ANO XVI

ANO XVI - Dezesseis anos informando sobre o mundo do trabalho

terça-feira, 3 de junho de 2014

DESEMPREGO AUMENTA NO BRASIL

Depois da polêmica em torno da crise no IBGE, com ingerência do governo para não divulgação de números negativos, o Instituto divulgou hoje a taxa de desemprego para o 1º trimestre deste ano. A divulgação refere-se aos números obtidos na pesquisa da PNAD Contínua que abrange informações de todo o país e não só das seis RMs (regiões Metropolitanas) da PME (Pesquisa Mensal de Emprego).

A crise que atingiu o IBGE deveu-se ao fato de uma ingerência do Governo Federal para que a nova metodologia PNAD Contínua não fosse mais divulgada. Diretores e coordenadores do instituto pediram exoneração ou colocaram seus cargos à disposição. Devido à grande repercussão na imprensa e pressão da sociedade e entidades sindicais, o órgão foi obrigado a voltar atrás e continuar a utilizar e divulgar a nova metodologia. 

Mas voltamos aos números divulgados hoje:

Segundo a pesquisa, o desemprego no primeiro trimestre de 2014 atingiu 7,1%, que corresponde aproximadamente a 7 milhões de pessoas. Aqui, neste dado, sempre lembro que esse contingente é bem maior (aproximadamente 60 milhões de brasileiros não são considerados na pesquisa), já que a metodologia só considera desempregado aquelas pessoas que estão procurando emprego e não as que estão em idade de trabalhar, dentre outros aspectos, que não iremos discutir neste momento. Aqui iremos apenas comentar os números divulgados. O número divulgado supera em quase 16% o número do trimestre anterior (outubro, novembro e dezembro de 2013) - lembro também, que sazonalmente o último trimestre costuma crescer a oferta de empregos e no primeiro trimestre o oposto - mostrando uma tendência de aumento do desemprego. 

Eu continuo a bater na tecla de uma simples lei do mercado de trabalho, onde com a economia aquecida temos mais empregos e com a economia estagnada, menos empregos. Assim, podemos presumir que o emprego está em declínio, já que nossa economia está patinando. Saliento também a informação que o setor Industrial vem sofrendo quedas constantes e prolongadas, o que está afetando diretamente os empregos. Alguns analistas já consideram que o país sofre um processo de desisndustrialização e se levarmos em conta que é o setor de Serviços que está sustentando o mercado de trabalho, a coisa pode ficar séria no futuro, já que esse setor é extremamente sensível às oscilações da economia, ainda mais pelo fato de grande parte (ou a maioria) dessas empresas serem de pequeno e médio porte e que geram a maioria dos empregos.