ANO XVII

ANO XVI - Dezesseis anos informando sobre o mundo do trabalho

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Emprego Tradicional e Empreendedorismo

Sabemos que nos últimos anos o mercado de trabalho mudou. O principal motivo que provoca maior ou menor desemprego é a economia mais ou menos aquecida. Economia aquecida é igual a uma maior oferta de empregos. Em segundo plano fica a qualificação profissional, que numa situação de maior oferta de empregos, onde há uma população de trabalhadores sem a capacitação adequada, essa parcela tende a ter dificuldade de conseguir um trabalho. Mas não vou entrar nesta questão agora, e sim falar sobre outra tendência do mercado de trabalho, que é o que chamamos de auto-emprego, o negócio próprio.

Aqui sempre incentivamos o empreendedorismo e realmente acreditamos que uma parcela da população pode se tornar um empresário (seja individual, micro, pequeno ou grande), todavia começamos ouvir que o emprego como conhecemos está em extinção. Ora, isso pode ser verdade para uma parcela da população, como mencionei acima, mas não é regra para toda a população. As políticas públicas voltadas ao emprego tradicional não podem ser abandonadas ou menosprezadas já que em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e a maioria das cidades, milhões de pessoas necessitam do emprego tradicional e não possuem perfil empreendedor. O sistema público de emprego ainda é fundamental para muitos. Não se pode ter o entendimento que todos podem abrir seu próprio negócio e ainda mais obter sucesso. Políticas públicas neste setor devem objetivar o incentivo ao empreendedor, até mesmo como forma de geração de empregos. Milhões e milhões de pessoas no Brasil dependem de políticas públicas voltadas ao emprego formal, à qualificação profissional e mesmo educacional, principalmente ao ensino técnico. Preocupa-me quando ouço coisas como “pleno emprego”, “não existirá mais empregos como conhecemos hoje”, etc. Isso tem sua parte de verdade, mas uma grande parte da população não conhecerá essa situação e é obrigação do poder público proteger essa população, não de forma assistencialista, mas de forma a preservar sua participação no mercado de trabalho.