ANO XVII

ANO XVI - Dezesseis anos informando sobre o mundo do trabalho

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Trabalhadores resgatados de regime de escravidão em carvoarias no Estado de SP

Estamos ainda acompanhando as ações contra o trabalho escravo no Brasil e nesta semana duas carvoarias no estado de São Paulo, na região de Bragança Paulista, sofreram uma operação conjunta do Ministério do Trabalho (SRTE-SP), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Ministério Público (MP), onde foram resgatados 41 trabalhadores em regime análogo à escravidão.

Segundo o Superintendente Regional do Trabalho em São Paulo, Luiz Antonio de Medeiros, a situação ocorre por haver uma zona de exclusão na região, sem fiscalização, sem a presença do sindicato da classe, órgãos governamentais e prefeituras.
As empresas fiscalizadas produzem marcas bem conhecidas de carvão distribuídas nos grandes supermercados e churrascarias de São Paulo como Carvão Cacique e Carvão são José, entre outras. Dos 41 trabalhadores resgatados muitos eram crianças. Uma lei recente do Governo do Estado de SP cassa a Inscrição Estadual das empresas flagradas utilizando mão de obra análoga à escravidão, impedindo na prática as atividades da empresa. A SRTE-SP também tem realizado grande esforço na fiscalização e erradicação do trabalho escravo no estado de São Paulo.

Menos Emprego na Indústria

Há um bom tempo falo aqui no blog sobre a nossa economia que vem patinando e que isso, mais cedo ou mais tarde ocasionaria um impacto negativo no nível de emprego. Isso é muito claro e eu nem precisava dizer, mas o que não ficou claro para muita gente é que a economia está patinando. Ouve-se também, há algum tempo, que estamos sofrendo um processo de desindustrialização. Não sei se isso é fato tecnicamente falando, mas a indústria vem perdendo o fôlego ano a ano e deixando de ser competitiva dentro e fora do país. Não vamos discutir esse tema aqui em seu amplo aspecto, mas sim no que se refere ao emprego.

Com a expectativa de um segundo semestre (2013) melhor a indústria manteve a mão de obra contratada, porém essa melhora não aconteceu. Isso resultou, segundo uma pesquisa com 370 empresas industriais, que 79% delas não realizarão contratações em 2014. A pesquisa foi dividida em indústria de pequeno, médio e grande porte, e o resultado para a expectativa de contratações foi respectivamente de 78,9%, 78,3% e 81,6%. Ano a ano, a pesquisa tem demonstrado uma expectativa cada vez menor de contratações na indústria. Em 2010 era de 51% e em 2014 é de 21%. Há uma lei no mercado de trabalho onde economia aquecida é igual a número maior de oportunidades e economia menos aquecida é igual a menos empregos ou mesmo desemprego. Assim, além de não promover novas contratações, houve um impacto forte na contratação e efetivação de trabalhadores temporários. Até a alguns anos, o trabalhador temporário tinha grandes chances de efetivação, mas agora o horizonte não é tão bom. Em 2013, apenas 10% dos trabalhadores temporários foram efetivados.