Em apenas um ano
aumentou em 52% o número de pessoas desempregadas. Quase 1 milhão de vagas
perdidas nesse período. O que nos assusta não é apenas esse aumento, mas a
velocidade em que o desemprego está aumentando. Segundo a metodologia
utilizada, a PME – Pesquisa Mensal de Emprego, o desemprego está em quase 8%,
todavia sabemos que utilizando metodologias mais próximas da realidade, como a
do DIEESE ou Fundação SEADE, este número fica perto do dobro, ou seja, ente 15%
e 16%. (veja artigo sobre as metodologias). Não é só o emprego que está diminuindo. A
renda do trabalhador também. Os salários encolhem e ainda são corroídos pela
inflação. Os setor da Indústria foi responsável por quase metade das demissões
(475.000 postos de trabalho perdidos), seguido pelo setor da Construção, (com
385.000 postos de trabalho perdidos).
O próprio governo já
admite que neste ano de 2015, teremos crescimento negativo, ou seja,
apresentaremos um PIB de -2,7%. Segundo os economistas, o ano de 2016 pode
ser ainda pior. Uma eventual retomada da economia poderia acontecer somente em
2018, mas que não significa melhora no mercado de trabalho.
O governo cometeu erros
grotescos nas políticas públicas, principalmente nas políticas de emprego. Os
incentivos como a desoneração da carga tributária em alguns setores produtivos,
só fez adiar e aumentar o estrago no mercado de trabalho. Geralmente governos
populistas implantam políticas sociais sem lastro econômico e que resultam em
tragédias sociais. Todos sabem que a melhor política social é aquela que gera
emprego, com boa educação de base e técnica. Mas não foi isso que aconteceu. Agora,
além do aumento abrupto do desemprego, as políticas sociais começam a ruir.
Hoje, os trabalhadores têm dificuldade em conseguir o Seguro Desemprego, por
exemplo.
A situação é tão
preocupante, que já começamos ver a crise nas ruas, com portas fechando no
comércio e filas aumentando nos serviços de recolocação de mão de obra. É o
pior mês de agosto desde 1995 na questão “emprego”.
Muitos trabalhadores
partem para a informalidade ou mesmo tentam abrir o próprio negócio a fim de
manter alguma renda. Para o governo, a informalidade piora ainda mais o quadro,
já que cai a arrecadação.
O Brasil precisa
acordar e mudar completamente o paradigma atual. É necessário uma mudança de
cultura, promover o crescimento com sustentabilidade, fazer um verdadeiro
choque de gestão (e nem vamos comentar aqui as questões relativas à qualidade ética
e moral dos nossos políticos e governantes).