Embora haja uma
percepção de melhora na economia, os números mostram que a recuperação será
muito lenta. O desemprego desacelerou, mas continua em nível muito alto. A
desaceleração do desemprego se faz ainda pela criação de vagas informais, ou
seja, sem carteira assinada. A informalidade atingiu nos últimos três anos um
patamar extremamente elevado e segundo o IBGE, o número de autônomos e trabalhadores
informais ultrapassou o número de pessoas com carteira assinada. A melhora no
nível de produção industrial é muito pequena ainda para alterar
significativamente o nível de emprego.
O ano de 2017 terminou
com uma taxa de desemprego beirando os 13%, ou seja, quase 12,5 milhões de
pessoas ficaram fora do mercado de trabalho. O ano fechou ainda com um saldo
negativo de 28 mil postos de trabalho perdidos. Se avaliarmos por setor da economia,
a Indústria perdeu 35 mil postos de trabalho, todavia isso pode indicar uma “melhora”
já que a média de postos perdidos no setor nos últimos três anos foi de 173 mil
vagas/ano.
A boa notícia é que nos
últimos seis meses houve uma desaceleração mensal consecutiva do desemprego,
apontando uma tendência de aquecimento da economia e como conseqüência o
crescimento do nível de emprego.
O caminho ainda está
muito difícil devido a total destruição da economia nos últimos 12 anos que
culminou na pior recessão da história brasileira, além do caos político em que
o país está mergulhado. Acredito que a
melhora da economia está na mão dos brasileiros, trabalhadores (sejam
operários, grandes empresários e pequenos empreendedores) que lutam dia a dia
apesar do mar de lama que nos assola.