Acaba de ser divulgada pelo
IBGE a taxa de desemprego do segundo trimestre de 2018. Embora o desemprego ter
desacelerado, a pesquisa mostrou um dado muito preocupante. Houve um aumento
significativo de pessoas que pararam de procurar emprego por desalento e do
emprego informal. Pessoas que sem a possibilidade de voltar ao mercado formal
de trabalho estão transformando o bico em sua atividade principal como geradora
de renda. O desemprego por desalento é quando um cidadão desiste de procurar
emprego, pois não tem mais expectativa de se recolocar no mercado de trabalho.
É o volume mais baixo de pessoas fora do mercado de trabalho desde 2012, quando
se começou a fazer essa apuração. No período de 12 meses o país perdeu quase
500 mil vagas formais de trabalho.
A taxa para o período
ficou em 12,4% enquanto no primeiro trimestre a taxa foi de 13,1%. Houve,
portanto, uma queda no número de desempregados, mas não alivia a situação. São
ainda 13 milhões de desempregados. Segundo a pesquisa, embora o trimestre tenha
apresentado saldo positivo em relação ao trimestre anterior, tal fato se deu em
função do aumento do número de pessoas em vagas informais, ou seja, sem
carteira assinada.
Já discutimos várias
vezes aqui no blog a situação política do país e principalmente da economia que
está diretamente ligada ao caos no mercado de trabalho. Ou melhor, um é o
reflexo do outro. Há pelo menos cinco anos o Brasil começou a se esfacelar
devido à corrupção desenfreada, políticas públicas equivocadas, condução
temerária de governos incompetentes, etc. A bagunça que nos tornamos e num próximo
processo eleitoral triste e de poucas expectativas, a chance de melhora em um
curto período está bem distante. Nenhum empresário ou investidor de bom senso
se sente seguro em aplicar seus recursos no país neste momento e isso trava
nossa economia e nosso crescimento. A crise é gravíssima e a situação está nas
mãos de pessoas que não se importam. A definição do quadro eleitoral pode (ou
não) acalmar a situação, mas ficará ainda longe de uma solução. O futuro
governo deverá atuar de forma muito acima das melhores expectativas atuais,
todavia isso é improvável. Tomara eu estar errado.