ANO XVI

ANO XVI - Dezesseis anos informando sobre o mundo do trabalho

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

O FUTURO DO MERCADO DE TRABALHO – profissões morrem e outras nascem

Um tema bastante sensível e que deve ser debatido é o futuro do Mercado de Trabalho, seja pelas mudanças originadas em função da tecnologia e do mundo digital, seja pela mudança das relações de Trabalho. Ao mesmo tempo em que o avanço tecnológico ceifa postos de trabalho, esse mesmo movimento cria outros postos. Essa transição causa impactos imediatos a uma parte das pessoas, para o bem e para o mal. Aqueles profissionais que atuam em profissões “condenadas” poderão sofrer com a perda de seus postos de trabalho, e só uma atualização radical em suas habilidades dará a chance de se salvarem, se conseguirem mudar de profissão. Uma dessas mudanças já aconteceu anteriormente, quanto a automação começou a dominar a indústria. As fábricas evoluíram e aumentaram sua capacidade de produzir com máquinas e equipamentos modernos e computadorizados. Os operadores que não aprenderam a utilizar essas novas máquinas “computadorizadas” se tornaram tão obsoletos quanto às máquinas antigas que operavam. Noutra fase que também já começou há algum tempo, algumas profissões desapareceram ou desaparecerão em breve. Um pouco mais atrás, profissões como datilógrafo, telefonista, linotipista... algumas que você nem conheceu. Muitas outras estão acabando e num futuro breve não existirão mais. Muitas profissões que possam ser substituídas por “robôs” irão desaparecer. Por outro lado, já surgiram e ainda surgirão novas profissões e em um mercado ascendente. O mundo digital ainda é um bebê. Segundo o Relatório da Comissão Global do Futuro de Trabalho, publicado em 2017, estima que 65% das crianças de hoje irão trabalhar em profissões que sequer ainda existem. Uma outra categoria de profissão onde se corre risco de não conseguir manter a carreira, não propriamente pelo avanço tecnológico mas por outro motivo, são aquelas “profissões da moda”. Muita gente acaba escolhendo uma profissão e vai fazer aquela faculdade, pois acredita que aquela é a profissão do futuro. Essa gente pode ter razão, mas esquece de ponderar o tamanho do mercado. Vou dar um exemplo. A questão do meio ambiente hoje está em alta e é realmente relevante. E também é uma área bacana para se trabalhar. Embora seja uma área em crescimento, onde cada vez mais as empresas se preocupam com essa questão, formam-se a cada ano milhares de profissionais, muito mais gente do que o mercado pode absorver e um exércitos de profissionais ambientais não terão onde trabalhar. Outra situação que veremos num futuro é uma mudança radical nas relações do trabalho. A forma como nos relacionamos com nossos empregadores (e vice-versa) será totalmente diferente, contratos de trabalho se tornarão “on demand”, ou seja, por projeto. Alguns futuristas afirmam que muitas outras atividades também morrerão em breve, como cirurgião, piloto de avião, motorista, etc. Todavia, acredito que mesmo que a Inteligência Artificial invada essas áreas, que os algoritmos e softwares sejam ultra sofisticados, ainda teremos a presença do profissional humano por muito tempo. Mas nem tudo é desilusão. Novas profissões surgem a cada dia, seja diretamente com o desenvolvimento das tecnologias ou com as áreas surgidas em função dessa nova cultura tecnológica. Isso merece uma publicação a parte, só falando disso.

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

A SOLICITAÇÃO DE FOTOS NO CURRICULO

Existe uma situação polêmica na questão de exigências no currículo. Uma delas é a exigência de foto em currículo.

Muitas empresas fazem essa solicitação sem que haja necessidade para aquela determinada função e isso leva a uma questão: qual a motivação do empregador fazer essa exigência? Sabemos que para algumas funções a solicitação de fotos é natural, como na área de moda, eventos, publicidade, etc. Mas é natural solicitar foto para uma função de administrador de empresas, por exemplo?

A lei, embora não especifique literalmente a exigência de foto no currículo, ela proíbe qualquer solicitação discriminatória e podemos interpretar que a exigência de fotografia para funções diversas, pode ser uma exigência discriminatória, portanto, ilegal. Alguns profissionais do Direito entendem que a prática é ilegal mesmo que não esteja literalmente especificada na lei.

Hoje em dia, ampla maioria das empresas não utiliza dessa prática e entendem como item discriminatório, mas algumas poucas ainda solicitam foto. Alguns selecionadores justificam que a foto no currículo ajuda a memorizar o candidato durante o processo seletivo.

Há um PL na Câmara dos Deputados que inclui essa exigência como discriminatória, assim como idade, sexo e tempo de experiência, já em vigor.

Portanto, os selecionadores e empregadores devem evitar a exigência de foto no currículo, salvo em atividades específicas já exemplificadas acima.

 

domingo, 30 de maio de 2021

RESPONDENDO PERGUNTAS (do canal O Mundo do Trabalho Blog desde 2007)


 

AS PERSPECTIVAS DO MERCADO “HOME OFFICE”


Como já sabemos, o Home Office (trabalho em casa), tomou um novo rumo devido à pandemia. Muitas empresas, para não parar a atividade, proporcionou que seus funcionários trabalhassem de casa, inclusive preparando suas estações de trabalho, como empresas de telemarketing, help desk, etc. Muitos outros profissionais também passaram ao trabalho remoto, tanto os que trabalham como empregados como profissionais liberais.

Comentei anteriormente que isso é uma tendência e que veio pra ficar, mas comentei também que isso não aconteceria em curto prazo, após a pandemia. Já que muitas empresas, apesar de “descobrirem” que essa atividade elimina muitos custos, o trabalho presencial ainda terá seu lugar nas atividades que podem ser transformadas em trabalho remoto.

Por outro lado, surge um importante movimento entre profissionais que estão num estágio profissional e financeiro mais elevados. Em busca de refúgio dos problemas da pandemia e qualidade de vida, muitos profissionais estão se mudando para cidades turísticas, já que muitos se mudaram para suas casas de veraneio, seja praia, montanha ou área rural. O que era temporário começa a se tornar definitivo.

A grande preocupação dessas pessoas que buscavam refúgio era a qualidade dos meios de comunicação e Internet, já que isso é fundamental para que possam realizar seu trabalho remotamente.

Isso foi percebido por algumas cidades e também por algumas operadoras de telecomunicação. A Cidade de Ilhabela/SP entendeu bem esse movimento e faz campanha aberta para que os profissionais e empresas que podem fazer trabalho remoto se instalem na cidade. A VIVO também atenta a esse movimento já instalou um cabo submarino que possibilitará a Internet em alto desempenho. O Mercado imobiliário se aqueceu sobremaneira em Campos do Jordão, com a vinda dessas pessoas. Inicialmente aqueles que possuíam casas de veraneio passaram a viver na cidade e outros se instalaram em pousadas. Porém esse movimento já proporcionou um aumento nas vendas de imóveis na cidade, principalmente apartamentos, elevando de maneira substancial o valor dos imóveis.

Outras cidades do interior também abraçam esses profissionais. Para os municípios que atraem essas pessoas, os ganhos serão consideráveis, pois além da economia em movimento pelo turismo, mesmo que em patamares menores que antes da pandemia, haverá aquecimento para o mercado “local” não turístico, e consequentemente mais empregos.

Atenção nisso, senhores prefeitos