Em continuidade ao
artigo anterior, onde falamos sobre a taxa de desocupação, iremos aqui falar
sobre o aumento do desemprego. Antes de começarmos, vamos lembrar que escrevi
outros artigos sobre as tendências do mercado de trabalho, ou melhor, as
tendências de mais ou menos empregos. Enquanto o governo e alguns analistas
diziam que essa tendência era de aumento do número de vagas, alertávamos que
ainda era muito cedo para confirmar essa situação. Essa nossa impressão se
baseava em dois principais fatores: 1. A economia, embora demonstrasse algum
crescimento, tal crescimento ainda era muito tímido e apenas em alguns setores. Mesmo com a diminuição da velocidade do aumento
do desemprego, afirmar que a economia estava estabilizada era muito
otimismo. 2. Mesmo com algum aquecimento
da atividade econômica, a situação política do Brasil estava (e está) longe da
normalidade, o que leva a uma situação de total descrédito perante os
investidores e a população. A bandalheira está mais escancarada do que nunca,
mesmo com toda a luta contra a corrupção.
Deste modo, seria muito
otimismo, confirmar a tendência de melhora da economia e principalmente da
estabilidade. Assim, a atividade econômica diminuiu e o desemprego aumentou. É o menor número de carteiras assinadas desde
o início da série histórica em 2012. A
taxa de desemprego no primeiro trimestre de 2018 (Jan/fev/mar) ficou em 13,1% e
isso significa quase 1,5 milhões de pessoas desempregadas a mais em relação ao
trimestre anterior.
Outro ponto a ser
considerado é que o aumento de trabalho informal, ou seja, sem carteira
assinada, aumentou. Podemos então, deduzir duas coisas aqui: 1. O número
elevado de desempregados demonstra que esse desemprego não tem relação com a
sazonalidade das demissões de início de ano devido às contratações temporárias
do final de 2017. 2. A nova legislação
trabalhista, ao contrário de toda a propaganda do governo e de “especialistas”
não serviu em nada para facilitar as contratações, já que além de elevado
número de demissões há aumento do trabalho informal. (já falamos sobre isso
anteriormente – a reforma trabalhista é necessária para modernizar e facilitar
as relações do Trabalho, mas não da forma como foi feita, que chega a muitos
absurdos em alguns pontos).
Alguns estudos apresentam otimismo
quanto à recuperação dos empregos, mas sempre fazem a ressalva que isso só será
possível com a recuperação da economia e dos investimentos. Eu também acredito
que isso ocorrerá, mas quando? É nesse intervalo de tempo que estão nossas
preocupações. E é obvio que o mercado de trabalho só se recuperará após o reaquecimento e estabilidade da economia. Não esqueçam o que sempre falamos aqui
no blog sobre isso, com a seguinte lei:
Atividade econômica maior = maior número
de empregos
Atividade econômica menor = menor número
de empregos
Temos agora, 13,7
milhões de pessoas desempregadas.