ANO XVII

ANO XVI - Dezesseis anos informando sobre o mundo do trabalho

sábado, 6 de abril de 2019

AFINAL, AS METODOLOGIAS DO IBGE PRA MEDIR O DESEMPREGO SÃO CONFIÁVEIS?

Recentemente o Presidente da República citou em uma entrevista que a metodologia do IBGE não mede o desemprego de forma correta. Não sei exatamente a que se referiu Bolsonaro e aviso desde agora que aqui não vai nenhuma análise com viés político.

Desde há muito tempo faço uma afirmação parecida aqui no blog e concordo que as metodologias utilizadas para medir o desemprego não tem o alcance necessário, ou seja, não conseguem medir a quantidade exata do desemprego no Brasil. Quando foi instituída a PNAD Contínua, o IBGE conseguiu  se aproximar um pouco mais da realidade, mas ainda, afirmo, não consegue medir o desemprego real. Embora utilize critérios internacionalmente aceitos, recomendados pela OIT, etc. ainda não dá a medida exata.

Quando se diz, por exemplo, que o desemprego é de 13%, deixa-se de considerar nessa margem muitos desempregados. A metodologia inclui como "empregado" a pessoa que trabalhou na semana anterior da pesquisa (formalmente ou não, em trabalho precário ou não) apenas UM dia. Ou seja, se a pessoa está desempregada há um ano, conseguiu um bico para tirar lixo de um terreno por um dia na semana anterior a realização da pesquisa, ela não entra na relação de desempregados.

Portanto, em minha opinião, as metodologias não medem o REAL número de desempregados.

Se a polêmica declaração de Bolsonaro tem esse sentido, sou obrigado a concordar com ele, pois faço a mesma afirmação há bastante tempo. Vou deixar os links de artigos que escrevi sobre isso e os diferentes resultados obtidos pelas metodologias utilizadas pelo IBGE, MTE, DIEESE e SEADE. Recomendo a leitura

O CASO DAS METODOLOGIAS PARA MEDIR O DESEMPREGO

NOVA METODOLOGIA DO IBGE PARA MEDIR O DESEMPREGO

DESEMPREGO E AS METODOLOGIAS (IBGE, DIEESE, SEADE)