ANO XVI

ANO XVI - Dezesseis anos informando sobre o mundo do trabalho

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

MOTIVAÇÃO E NOVOS PARADIGMAS

Estudos realizados por especialistas em RH nos EUA têm demonstrado que cada vez mais as características do mercado de trabalho hoje se equivalem aos anos 30, e com uma pitada a mais de ansiedade. As pessoas estão trabalhando mais horas diariamente e com o objetivo de pagar suas contas no final do mês, desmotivados e sem reconhecimento do seu trabalho. As coisas hoje em dia estão muito rápidas e isso tem levado os profissionais a um total descompasso ou desequilíbrio com outras partes de sua vida como o lado pessoal, família, lazer, descanso, etc. As pessoas estão se esquecendo do básico, das coisas óbvias e isso traz prejuízos para o profissional e para a empresa, já que esse desequilíbrio, mais cedo ou mais tarde, irá se refletir na produtividade e nos resultados. Tony Schwatrz, um estudioso do assunto e presidente do Energy Project, diz que é preciso manter a qualidade de vida do profissional para que ele mantenha sua energia e sua produtividade. Schwartz propõe ainda uma mudança na cultura corporativa atual do profissional polivalente, multitarefas, focado em diversas atividades. Ele entende que isso pode fazer o profissional perder o foco e mencionando estudo da Associação Americana de Psicologia as pessoas gastam 25% a mais de tempo para realizar uma tarefa. Para ele, o uso indiscriminado do email leva também a uma perda irreparável de energia e tempo. Nesse aspecto, o consultor Anthony Tjan, recomenda que em muitos casos o telefone é muito mais produtivo para resolver problemas do que uma troca interminável de emails.

O uso da tecnologia começa a causar certo nível de transtorno e ainda não sabemos lidar com isso. A motivação vem caindo em profissionais de diversos países. Precisamos retomar o bom senso e não nos esquecer da qualidade de vida de cada profissional de qualquer nível, sejam executivos, sejam operários.

NA BASE DA PIRÂMIDE

No último dia 22 de novembro foi realizado o seminário São Paulo na da Base da Pirâmide, que analisou e debateu o potencial de mercado para negócios que atendam à camada mais pobre da população promovido pela Prefeitura de São Paulo na Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), em São Paulo. O tema foi debatido por especialistas de diversos segmentos, focando, principalmente, as ações de órgãos públicos e da iniciativa privada para as classes C, D e E, que compõem a chamada base da pirâmide. No evento, os representantes da Prefeitura de São Paulo, do BID e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e empresas privadas, apresentaram suas soluções para capitalizar tanto empreendedores desse estrato social como empresas que pretendem investir nele.

“Diante do atual cenário econômico brasileiro, essa população representa um grande mercado potencial, que está em franca expansão, por conta disso, o conceito traz abordagem para aproximação de produtos e serviços de qualidade ao público em questão”, afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho, Marcos Cintra. Para o supervisor de Empreendedorismo da SEMDET, Luiz Augusto Ferreira, o evento busca soluções empreendedoras para amenizar os graves problemas sociais a partir de ferramentas de um setor privado e público mais criativo, inovador e sustentável.

Para futuros empreendedores, foram apresentadas também duas iniciativas. Um é o programa Visão de Sucesso, parceria entre o BID, o Itaú-Unibanco e a Endeavor para capacitar 100 empresas pequenas e médias para oferecer produtos e serviços para a base da pirâmide nos próximos três anos. O outro é a Rede de Incubadoras da Cidade de São Paulo, projeto da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho (SEMDET) e do Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec) para capacitar startups que tenham idéias para melhorar a qualidade de vida em centros urbanos. O representante do BID – Bando Interamericano de Desenvolvimento , Luiz Ros, identificou a dificuldade das empresas que desejam entrar nesse mercado, que recorrem à ONGs por não entender a dinâmica desse mercado, e dessa forma negligencia esse público. Já o presidente do banco de microcrédito São Paulo Confia, Hugo Duarte, disse que os programas só funcionam quando há orientação sobre boas práticas de gestão, desde a higiene até a área tributária. Foram apresentados ainda alguns “cases” de sucesso dentro desse mercado.