ANO XVI

ANO XVI - Dezesseis anos informando sobre o mundo do trabalho

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

NÍVEL DE EMPREGO É POSITIVO E ESTÁVEL

Algo interessante acontece nesse nosso país. Foram divulgados no início deste mês de agosto os números do CAGED e mostraram que houve aumento no número de vagas de trabalho formais em todos os meses deste primeiro semestre, incluindo ainda um pequeno aumento na renda, não obstante à crise econômica que enfrentamos pós pandemia. Todavia, junto que essa boa notícia, o Brasil tem batido recordes de inflação dos últimos anos, principalmente nos combustíveis e alimentos. Assim, o pequeno aumento do salário médio está sendo corroído fortemente pela inflação. Já o mês de agosto apresenta uma deflação devido ao fato da queda dos preços da gasolina e álcool que pesam bastante no índice de inflação, mas ao contrário da gasolina, os alimentos continuam em alta. Enquanto o preço desses combustíveis alivia as finanças da classe média que consomem muito esse produto, as camadas mais pobres da população continuam a ter sua renda fortemente comprometida pelo preço dos alimentos. Do ponto de vista do mercado de trabalho, não se sabe ainda se essa tendência de postos de trabalho formais irá continuar nos próximos meses ou mesmo no próximo ano. Muitos economistas afirmam que o país pode enfrentar uma grande crise econômica no próximo ano, tanto pelo desaquecimento da economia global como pelas finanças internas que poderão se deteriorar em função do descontrole dos gastos públicos e pelo “pacote de bondades” feito recentemente e que terá a conta cobrada em 2023. Há ainda uma expectativa de que embora a crise venha forte no próximo ano, o Brasil enfrentará menos problemas que o “resto do mundo”, seja lá o que isso signifique em relação ao mercado de trabalho.

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

TRABALHO E POLÍTICA SOCIAL

Vivemos em um país de muitas contradições. Somos um país rico, mas onde a pobreza não consegue ser abrandada ou mesmo levada a níveis “toleráveis”. A Economia é oscilante e sujeita às influências internas e externas, algumas controláveis e outras não e é o volume da Economia que afeta diretamente as condições de vida de muitos brasileiros, é a atividade econômica mais ou menos aquecida que determina em grande parte o nível de emprego e renda das famílias. Claro que estou falando aqui em termos pouco aprofundados, de forma que todos possam entender. Num momento positivo onde a economia está aquecida, boa parte dos problemas sociais, os provocados pela falta de oportunidades, estão equacionados por si só, ou seja, o momento permite que as famílias tenham renda, consigam sobreviver e progredir. Mesmo assim, uma camada da população estará desprotegida por uma série de motivos, pois está tão vulnerável que nem mesmo com a atividade econômica aquecida e a pleno vapor, conseguirá aproveitar essa oportunidade, esse momento. O trabalho e emprego é para a maioria da população a melhor política social que se possa oferecer. E políticas públicas de trabalho devem ser implantadas e executadas constantemente, seja provocando o encontro do trabalhador com seu empregador, capacitando, promovendo o auto-emprego (empreendedorismo), etc. Mas a grande dificuldade e o maior desafio é proporcionar a aqueles que estão em vulnerabilidade social chances de uma vida digna. Parte dessas pessoas poderão se recuperar com menos dificuldades, oferecendo apoio específico para que consiga sair da situação de vulnerabilidade. Outros estão em situação tão complexa que estão totalmente à margem da sociedade e não há solução simplista. Já adianto aqui que soluções milagrosas propostas por movimentos ideológicos não funcionam, ou não haveria miséria no mundo. Portanto, não queremos aqui entrar nessa seara. Toda solução para o problema, para o combate permanente à vulnerabilidade social, passa por situação econômica (onde o poder público pode ou não aumentar sua capacidade de investir em políticas sociais), políticas púbicas bem elaboradas e aplicadas, boas parcerias, entendimento da complexidade do problema e seu tamanho, debates multidisciplinares para busca de melhores caminhos, etc. O trabalho como política pública é um grande “amortecedor” para os problemas de vulnerabilidade social e pode diminuir o impacto dos problemas na sociedade, mas isso é apenas parte da solução.