Eu começo este artigo lembrando que não sou um especialista
em RH (Recursos Humanos), mas durante a vida corporativa, principalmente quando
estava ocupando cargo de liderança ou em meu próprio negócio, muitas vezes me deparava com situações onde era obrigado a tomar uma decisão em relação à
equipe, seja para admitir um novo profissional, promover ou mesmo demitir. Para
um profissional responsável por uma equipe, esse é um momento crucial e deve
ser encarado como estratégico. Um erro nesse momento pode contribuir para o
surgimento de problemas futuros e comprometer os objetivos. Além das técnicas
de seleção e de estabelecer corretamente o perfil do cargo, o que pode decidir uma contratação ou promoção é a intuição daquele
que decide, a impressão que teve daquele candidato.
A primeira vez que tive que decidir por uma contratação, o
candidato em questão passou nos testes, tinha os requisitos básicos e minha
intuição pedia para aprová-lo. Passado algum tempo, apesar de tecnicamente
estar se saindo bem, mostrou-se incapaz de conviver com os colegas, inclusive
em questões de trabalho, prejudicando a certa altura o rendimento de toda a
equipe. Esse episódio me mostrou que a intuição pode falhar. Mas como, lá no
momento de decidir, a intuição ou a impressão que tinha do candidato era fator
de decisão, comecei a ajudar minha intuição com um olhar para algumas
características subjetivas (além das objetivas e técnicas anteriormente analisadas). Acabei treinando
minha intuição e passei a errar muito menos. Certa vez, aconteceu de
entrevistar para meu departamento duas pessoas bem acima da idade estabelecida
pelo pessoal de RH antes dos testes. Entendemos naquele momento que eram os
profissionais que precisávamos. Tinham capacidade, experiência e disposição. Tivemos
que brigar com o gerente de RH que não queria contratá-los por causa da idade,
mas acabamos por contratá-los e assumir a responsabilidade caso não desse
certo. Aqui a intuição estava correta e ambos se tornaram os melhores da equipe.
Promover um funcionário também é uma questão que exige muita
responsabilidade, pois a escolha não só irá refletir para os objetivos da
empresa como na vida do funcionário promovido. Um funcionário que é promovido
corre um grande risco, pois se não tiver bom desempenho não poderá voltar à
posição que estava e pode ser demitido. Aqui, o responsável pela promoção deve
ter segurança naquilo que está fazendo, tem de saber da capacidade do
funcionário a ser promovido e de suas condições de evoluir. É comum em equipes
de vendas um bom vendedor ser promovido a supervisor ou gerente pelo mérito de
ser um bom vendedor sem que seja observada a sua capacidade de gerir uma
equipe, causando prejuízo para as metas da empresa e para esse profissional que
poderá ter seus ganhos reduzidos ou mesmo perder seu emprego.
Portanto, aquele que decide pela contratação de um novo
funcionário ou por uma promoção deve fazê-lo com muita responsabilidade,
avaliar os critérios técnicos, objetivos e subjetivos e treinar sua intuição a
não lhe pregar peças. Não podemos esquecer que neste momento está em jogo a
necessidade da empresa e a vida de um profissional, onde devemos eliminar o
quanto pudermos a margem de erro para essa decisão.
Por: Nelson Miguel Junior
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