Como sabemos as mais de
50 mil ações para a mudança da correção dos saldos do FGTS, passando de TR (Taxa
Referencial) para outro índice que corrigisse as perdas da inflação no período
entre 1999 e 2013, foram paralisadas por uma liminar pedida pela Caixa
Econômica Federal e concedida pelo ministro do STJ, Benedito Gonçalves. Até a paralização das ações, os tribunais haviam dado milhares de sentenças favoráveis aos trabalhadores e apenas algumas (menos de 10) contrárias.
A Caixa alega que o
pagamento desse direito aos trabalhadores causaria um rombo nas contas do FGTS.
Em fevereiro, o Ministério Público Federal enviou parecer ao STJ recomendando a
correção dos saldos do FGTS, que deu força e esperanças para todos os que
entraram com a ação. Há até o momento 57 pareceres favoráveis aos
trabalhadores, mas o governo tem feito de tudo para não realizar a correção. Em
maio, a Presidente Dilma Rousseff enviou documento ao Supremo Tribunal Federal
declarando o governo ser contrário às petições que pedem a correção dos saldos.
O governo alega que tal decisão favorável aos trabalhadores provocaria um
desequilíbrio orçamentário e obrigaria o governo a aumentar a carga tributária
provocando uma desorganização na economia e aumento severo da inflação.
Eu pergunto: então
porque o governo parou de corrigir pela inflação, quando a TR perdeu essa
função? Simplesmente porque isso favorecia as contas do governo à custa do
direito do trabalhador.
Mas o caso está chegando
ao STF que julgará ainda neste ano uma ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade)
sobre este caso e decidirá se o direito dos trabalhadores será mantido (já que
a lei determina que haja a correção dos valores pela inflação, o que não
aconteceu nesse período corrigido pela TR).
Entendendo o que está
acontecendo:
·
Em 1991 o FGTS passou a ser
corrigido pela Taxa Referencial.
·
Em 1999 a TR deixou de atualizar os
valores pela inflação (para se ter uma
idéia, no período de 1999 a 2013, a TR teve índice de apenas 30% quando o INPC
que acompanha a inflação teve índice de 150%)
·
Em 2012 a TR ficou em 0%
·
A primeira ação foi movida por uma
professora universitária de Santo André-SP e agora são mais de 50 mil ações. Mais
ações não foram iniciadas em virtude da paralização das ações pelo STJ.
A notícia foi divulgada
esta semana no portal da revista EXAME.
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