Constantemente
ouvimos que para entrar ou se manter no mercado de trabalho devemos estar
qualificados e capacitados. Ouvimos também que o que falta para as pessoas é “qualificação
profissional”. Sem precisar pensar, apenas por lógica, já podemos entender que
isso é uma verdade, ou seja, aqueles mais qualificados e capacitados terão mais
chances no mercado de trabalho. Mas isso basta? É simples assim? Recebo muitas
mensagens sobre isso e também vejo pessoas falando sobre isso nas redes
sociais: “fiz curso profissionalizante e não consigo emprego”; “tenho vários
cursos e formação superior, mas não consigo trabalho”; etc. Podemos ver pelos
depoimentos que estar preparado para o mercado de trabalho
não significa que apenas cursos e boa formação acadêmica irá garantir a vaga
de emprego.
A
Empregabilidade, ou seja, a capacidade de conseguir trabalho com mais ou menos
dificuldades, depende de uma série de fatores e não apenas da qualificação ou
capacitação. Estar qualificado e capacitado para uma determinada vaga indica
que a pessoa pode ter conhecimento e capacidade técnica para exercer a função,
mas isso sozinho não basta.
Tamanho
do mercado para a profissão/função escolhida, nível de atividade econômica
(nacional e local) determinam de imediato que muitos profissionais, mesmo capacitados
e qualificados, terão muita dificuldade em conseguir trabalho, simplesmente
pelo fato que há mais candidatos do que vagas. Porém se o nível de atividade
econômica estiver em alta, com vagas suficientes para todos, outros fatores irão
estabelecer as melhores chances: a experiência, a qualificação e capacitação técnica,
a escolaridade formação acadêmica e o que chamamos de comportamento
profissional (incluindo aqui as habilidades sociais, nível de comprometimento, etc.).
Assim, as melhores vagas ficarão para os melhores candidatos, aqueles que
completarem o conjunto de características necessárias para o mercado de
trabalho.
Em
muitos casos, uma pessoa que fez cursos de qualificação pensa que isso basta e
que a dificuldade em conseguir trabalho é culpa de outra pessoa, da empresa...
não é bem assim. Muitos desses candidatos não se apresentam adequadamente para
a vaga, possuem um nível de idioma (português) muito ruim, dificuldade no
raciocínio lógico e de se expressar. Muitos ainda perguntam: “mas o que tem a
ver meu nível de português se estou me candidatando a auxiliar de limpeza?”. Só
para exemplificar, nessa função, é importante o nível de leitura e entendimento
(compreensão de texto), pois vários produtos utilizados por esses profissionais
não podem ser utilizados ao mesmo tempo ou em certos ambientes, e assim, uma
leitura ruim pode levar ao engano na leitura do rótulo de um produto. Portanto,
se isso acontece para uma função onde “não é necessário dominar o idioma”
imagine em funções mais técnicas, mesmo administrativas, onde o profissional
tem de entender documentos, interpretar projetos, processos produtivos, etc.
#omundodotrabalho
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