ANO XVII

ANO XVI - Dezesseis anos informando sobre o mundo do trabalho

sábado, 4 de julho de 2015

QUALIFICAÇÃO e CAPACITAÇÃO – Como entendemos?

Constantemente ouvimos que para entrar ou se manter no mercado de trabalho devemos estar qualificados e capacitados. Ouvimos também que o que falta para as pessoas é “qualificação profissional”. Sem precisar pensar, apenas por lógica, já podemos entender que isso é uma verdade, ou seja, aqueles mais qualificados e capacitados terão mais chances no mercado de trabalho. Mas isso basta? É simples assim? Recebo muitas mensagens sobre isso e também vejo pessoas falando sobre isso nas redes sociais: “fiz curso profissionalizante e não consigo emprego”; “tenho vários cursos e formação superior, mas não consigo trabalho”; etc. Podemos ver pelos depoimentos que estar preparado para o mercado de trabalho não significa que apenas cursos e boa formação acadêmica irá garantir a vaga de emprego.

A Empregabilidade, ou seja, a capacidade de conseguir trabalho com mais ou menos dificuldades, depende de uma série de fatores e não apenas da qualificação ou capacitação. Estar qualificado e capacitado para uma determinada vaga indica que a pessoa pode ter conhecimento e capacidade técnica para exercer a função, mas isso sozinho não basta.

Tamanho do mercado para a profissão/função escolhida, nível de atividade econômica (nacional e local) determinam de imediato que muitos profissionais, mesmo capacitados e qualificados, terão muita dificuldade em conseguir trabalho, simplesmente pelo fato que há mais candidatos do que vagas. Porém se o nível de atividade econômica estiver em alta, com vagas suficientes para todos, outros fatores irão estabelecer as melhores chances: a experiência, a qualificação e capacitação técnica, a escolaridade formação acadêmica e o que chamamos de comportamento profissional (incluindo aqui as habilidades sociais, nível de comprometimento, etc.). Assim, as melhores vagas ficarão para os melhores candidatos, aqueles que completarem o conjunto de características necessárias para o mercado de trabalho.

Em muitos casos, uma pessoa que fez cursos de qualificação pensa que isso basta e que a dificuldade em conseguir trabalho é culpa de outra pessoa, da empresa... não é bem assim. Muitos desses candidatos não se apresentam adequadamente para a vaga, possuem um nível de idioma (português) muito ruim, dificuldade no raciocínio lógico e de se expressar. Muitos ainda perguntam: “mas o que tem a ver meu nível de português se estou me candidatando a auxiliar de limpeza?”. Só para exemplificar, nessa função, é importante o nível de leitura e entendimento (compreensão de texto), pois vários produtos utilizados por esses profissionais não podem ser utilizados ao mesmo tempo ou em certos ambientes, e assim, uma leitura ruim pode levar ao engano na leitura do rótulo de um produto. Portanto, se isso acontece para uma função onde “não é necessário dominar o idioma” imagine em funções mais técnicas, mesmo administrativas, onde o profissional tem de entender documentos, interpretar projetos, processos produtivos, etc.

Portanto, podemos entender que “QUALIFICAR-se e CAPACITAR-se” não é apenas realizar cursos, mas TAMBÉM se preparar como um todo, um profissional, com conhecimento e comportamento adequado. Para ser um bom profissional precisa ser antes um bom ser humano, um bom cidadão. 

#omundodotrabalho

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