Uma fiscalização do
Ministério do Trabalho em conjunto com a Receita Federal realizada no mês de
setembro, flagrou oficinas de costura ligada à sofisticada marca Animale, com
lojas nos principais shoppings centers do país, utilizando mão de obra em
condições análogas à escravidão. Era um local fechado, sem ventilação, sem água
potável, infestado de baratas, onde os trabalhadores viviam entre suas camas,
máquinas e as roupas a serem costuradas. Eram submetidos ainda a jornadas
exaustivas de mais de doze horas. O local apresentava ainda instalações
elétricas precárias e butijões de gás, criando um componente de alto risco de
incêndio e explosão.
Os trabalhadores eram
todos bolivianos, homens e mulheres, que viviam no mesmo local de trabalho,
além de cinco crianças. A fiscalização identificou ainda o crime de tráfico de
pessoas.
A empresa dona da marca
alega desconhecer a situação e que a responsabilidade era da empresa
terceirizada que por sua vez repassou a produção para outra empresa. A empresa,
apesar de não aceitar a responsabilização pelo fato, decidiu em caráter de
ajuda humanitária, pagar aos trabalhadores um valor como se empregados fossem.
O M.T.E. aceitou a proposta e o valor foi pago. Com o relatório final da
fiscalização apresentado nesta semana, a empresa tomará as providências legais
para sua defesa.
Fonte: Matéria
publicada na Folha de São Paulo
OUTROS CASOS:
Há ainda no Brasil
muitos casos de trabalho em condições análogas a escravidão em outros setores,
como no agropecuário e extrativista, incluindo a mineração.
De janeiro de 2016 até 13
de março de 2017 foram realizadas 115 operações de fiscalização em 191
estabelecimentos, onde foram resgatados da condição de trabalho análogo a
escravidão 885 trabalhadores e 2366 atos lavrados. Veja no quadro abaixo os
números por estado da federação
Fonte:
Ministério do Trabalho e Emprego
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