ANO XVI

ANO XVI - Dezesseis anos informando sobre o mundo do trabalho

domingo, 23 de junho de 2013

O Mercado de Trabalho está bem?



Vivemos um momento bem complicado e muita gente ainda não se deu conta disso. As pessoas desavisadas ou que não estão atentas aos sinais, demoram a perceber os rumos e conseqüências da situação econômica. A criação de empregos vem patinando há vários meses e a inflação corroendo os salários, mas há demora nessa percepção.   
                                                                      
Duas notícias nesta semana acenderam o sinal de alerta: Queda acentuada na criação de novos empregos (48,4% em relação ao mesmo período de 2012 e 63% em relação ao mês de abril de 2013) e Inflação alta ultrapassando as metas estabelecidas pelo governo. 

                                                                
Algo que também me preocupa é o resultado da pesquisa do Datafolha que mostra que o brasileiro não tem medo de perder o emprego. Essa situação mascara a realidade, pois como (ainda?) não há desemprego e a maioria está empregada e estabilizada, não percebe os riscos do desemprego, já que hoje, mesmo se o trabalhador for demitido, logo conseguirá a recolocação. E quando isso não for mais tão fácil assim? Outra situação demonstrada é que apenas 8% dos trabalhadores tiveram seus salários reajustados acima da inflação, com ganhos reais de salários. A maioria teve perdas salariais em menor ou maior grau. Com essa “estabilidade” que hoje começa a ficar precária, pode ser uma grande armadilha para o trabalhador, que foi incentivado a gastar e comprar mais, desde que a prestação coubesse em seu salário.     
                                                                                                                  
O País está com parte da população indo às ruas, pedindo por seus direitos, reclamando das péssimas condições dos serviços públicos, apesar dos altos impostos pagos e outras pautas como corrupção. Emprego ainda não entrou nessa pauta de reivindicações exatamente porque os trabalhadores brasileiros ainda não sentiram os reflexos que estão atingindo seus salários e seus empregos. Mas se os rumos da economia continuarem como estão, isso também chegará às ruas.

Por Nelson Miguel Junior

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