Nas décadas de 80 e 90, principalmente no auge da crise do
emprego, com mudanças importantes nos meios de produção e economia instável,
criou-se uma expectativa em muitas pessoas de tornarem-se patrões, ter seu
próprio negócio e não depender dos empregos. Aprimorou-se o conceito de
empreendedorismo e novas oportunidades surgiram no mercado com a estabilização
econômica a partir do Plano Real.
Havia uma massa de trabalhadores desalojados de suas
atividades, como no setor metalúrgico, que mudou radicalmente e colocou muitos
à margem do emprego. Já não existiam oportunidades de trabalho naquilo que
sabiam fazer e para ingressar em outra atividade teriam que competir com outra
massa de trabalhadores experientes naquelas atividades. Época difícil!
Portanto, nesta fase da história, existiam os empreendedores
natos, aqueles com o “tino comercial” no sangue (como se dizia antigamente) e
um novo grupo, formado daqueles que se viam sem lugar no mundo do trabalho e
que desejavam ter seu próprio negócio.
Isso era algo muito interessante, pois além de satisfazer alguns sonhos
pessoais diminuía a pressão por empregos.
Muitos investiram suas economias, suas indenizações
trabalhistas em algum tipo de empreendimento, desde um carrinho de pipoca até
uma pequena indústria. A maioria não sobreviveu, perderam suas economias e ficaram
ainda sem emprego. Mas porque isso aconteceu? Claro, foram muitos os motivos,
mas basicamente uma mistura de ignorância com falta de planejamento. Muitos
pensaram que uma boa ideia bastava, mas não funciona assim.
Não se pode esquecer que empreender envolve muita coisa e
principalmente riscos. Parte do sucesso de um empreendimento consiste em
realizar um ótimo planejamento e assim diminuir tais riscos e quanto menos
riscos maiores as chances de sobreviver em longo prazo e obter sucesso. O empreendedor deve pensar no tipo de negócio
em si, se há viabilidade, público (clientes), custos, etc. Cito um exemplo
básico, com um pensamento um tanto simplista, mas que ilustra o que digo: Se você pretende abrir uma cafeteria, quantas
xícaras de café devem ser vendidas por dia para cobrir todos os custos e ainda
obter lucro? Conheço vários exemplos. Um exemplo interessante é de uma
empresa, uma casa noturna de sucesso de público e de fracasso financeiro.
Embora com casa cheia diariamente, da inauguração até o fechamento, a falta de
planejamento financeiro corroeu os lucros. Não havia capital de giro e a coisa desandou.
Quero dizer com isso, que todas as etapas para consolidar um
empreendimento devem ser pensadas antes, sem deixar o entusiasmo se sobrepor à
razão. Um empreendimento deve ser pensado com profissionalismo e não apenas com
emoção. Com bom planejamento, problemas e erros terão a possibilidade de serem
sanados a tempo.
Outro importante passo para aquele que deseja empreender é
obter conhecimento. Nada como conhecer um pouco de finanças, de planejamento,
custos, marketing... Há no mercado diversos cursos para pequenos
empreendedores, alguns gratuitos (deixarei alguns links abaixo).
Os setores de Franquias e Micro-franquias também são ótimas
opções para empreendedores iniciantes, mas que do mesmo modo, exige cuidados.
Toda moeda tem dois lados e investir e empreender exige sangue frio e
profissionalismo.
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