Desde 2008 não se tinha índices tão baixos na criação de vagas. É o pior mês de outubro neste período (2008-2012). A queda foi de aproximadamente 50% em relação a outubro de 2011. Um resultado que requer atenção. Os setores que mais perderam postos de trabalho foram a Agricultura e a Construção. Nos demais setores, Comércio, Indústria e Serviços, houve criação de vagas, mas em número muito reduzido. O crescimento na Indústria começa a reverter a situação anterior de queda, mas ainda não mostra uma tendência consolidada, já que a economia apesar de estar em crescimento anda a passos de tartaruga.
Analistas do Ministério do Trabalho apontam como principal causa desse resultado a alta rotatividade de trabalhadores, mas eu não acredito que esse seja o principal motivo, já que o quadro do mercado do trabalho não se alterou muito nos últimos três anos. O nível de emprego está estável já há algum tempo com pequenas variações para cima e para baixo, refletindo na realidade a evolução da economia. Como já explicamos em postagens anteriores, não é correto dizer que estamos em situação de pleno emprego, pois além do aspecto técnico do termo, o país é muito grande e apresenta diferenças enormes nas características do emprego em cada região. Há ainda a questão da economia internacional, com a crise na Europa, refletindo na queda da exportação brasileira para esses países, fazendo com que exportadores diminuam suas produções e se voltem ao mercado interno, mudando sua matriz de mercado, mudando o quanto e como realizam seus investimentos.
Podemos afirmar ainda, que o mercado de trabalho está em transformação. O desemprego é menor do que era há anos atrás, os tipos de emprego mudaram em vários setores, o empregado está mudando! Os locais onde está o emprego estão mudando, com empresas migrando para o Norte, Nordeste e Centro Oeste, por exemplo, devido aos custos menores (ver artigo sobre Call Center publicado em 19/11/2012). E assim as políticas públicas de emprego também têm de estar em transformação e entender que o problema principal atual não é o desemprego por falta de vagas.
O IBGE apontou em outubro a menor taxa de desemprego ndos últimos 10 anos (5,3%), mas temos também em outubro a pior taxa de criação de vagas. Para que não se confunda as duas informações é importante ressaltar que com a economia em baixo crescimento, novas vagas NÃO SÃO CRIADAS, mas as vagas já existentes começam a ser ocupadas em maior escala. Essa situação mostra algo interessante: o tamanho do mercado de trabalho brasileiro está chegando ao seu limite em relação ao nível econômico.
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