Desde os primeiros meses do ano apontamos a
tendência de queda na geração de empregos. A cada divulgação mensal dos índices
do CAGED essa tendência se confirma, ou melhor, deixou de ser uma tendência e é
uma realidade. A cada mês, menos empregos são gerados. Os economistas prevêem ainda
que logo chegaremos a uma situação de desemprego. A economia está patinando há
tempo e não há uma ação governamental efetiva para conter os problemas. A
recente alta do dólar e colapso na infrainstrutura do país, por exemplo, acelerarão
a chegada dos problemas. Os estoques de grãos estão grandes na região
Centro-oeste e não há como levar tal estoque para os portos. Não há ferrovias,
estradas e mesmo caminhões para o escoamento da safra. Este é um exemplo de que
sem uma base sólida, o país sempre irá sofrer com qualquer abalo na economia.
Cada abalo desse tipo provoca conseqüência direta ao trabalhador, refletindo no
número de empregos, nos salários e na qualidade do trabalho.
Estudos econômicos recentes afirmam que as empresas já
estão sofrendo com o desajuste cambial e isso refletirá diretamente e
primeiramente nos empregos. A indústria é o setor que mais está sendo impactado
pela situação econômica e cambial e em muitas áreas do setor já há desemprego.
Mesmo no setor de serviços já está havendo desemprego. Em julho, ainda houve
criação de empregos (41.463 vagas), mas é a pior marca desde 2003. Se
compararmos com o mesmo período do ano passado, a queda é de 71%. Mais grave ainda é que em 8 das 10 RMs (Regiões Metropolitanas) já há desemprego, ou seja foram fechadas mais vagas do que abriram (veja quadro abaixo). O governo já
reduziu a meta de criação de vagas para este ano. A taxa de desemprego já está
na casa dos 6% em julho.
Saldo de vagas nas 10 RMs: (total: -11058 vagas)
Rio de Janeiro: -622
Curitiba: -1038
Salvador: -1069
São Paulo: -1455
Belo Horizonte: -1657
Porto Alegre: -2280
Recife: -5213
Fortaleza: 803
Belém: 1473
O saldo total ainda é positivo devido a setores que ainda
estão crescendo, mas até quando isso se sustentará?
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