ANO XVI

ANO XVI - Dezesseis anos informando sobre o mundo do trabalho

quinta-feira, 15 de maio de 2014

DESEMPREGO NO BRASIL

Em muitos artigos que escrevi aqui no blog, falei sobre a situação do emprego no Brasil. Falei também que o que determina maior ou menor número de postos de trabalho é a situação da economia, ou seja, economia aquecida corresponde a mais emprego e menos aquecida, claro, menos empregos. Outra coisa que já comentamos muito por aqui é que nunca tivemos o tão propagado "pleno emprego". Com a estabilização da economia a partir de meados dos anos 90, com o Plano Real e o controle da inflação (os mais jovens talvez não entendam bem o que é viver num país com hiperinflação), o Brasil criou suas bases para estabelecer políticas de médio e longo prazo. Assim, foi possível planejar e investir no país, e aproveitando uma certa bonança econômica na primeira metade da década passada, foi possível aumentar a produção e gerar mais empregos. Mas isso nunca nos proporcionou uma situação de pleno emprego. As metodologias oficiais que medem o nível de desemprego foram alteradas de modo a parecer que a situação esteve acima das expectativas. O desemprego sempre foi alto nas camadas mais jovens e mais velhas da população e nenhuma política pública séria a esse respeito foi implantada. Podemos observar, por exemplo, que o programa "Primeiro Emprego" não passou de obra de ficção e a Lei do Aprendiz pouco é cumprida e menos ainda fiscalizada. 

Já há muito tempo a Indústria vem dando sinais de estagnação, perdendo a capacidade produtiva e competitiva e isso reflete diretamente nos empregos. Todos os meses a Indústria aponta uma redução nas atividades (exceto sazonalmente). Este mês, o comércio também aponta queda nas vendas. Neste setor, os indicadores oscilam e ainda não podemos determinar que isso é uma tendência definitiva, mas acende o sinal de alerta. 

Não sou economista, mas observo os rumos da economia e quanto isso pode afetar os empregos. Um país não pode ter políticas públicas reativas simplesmente, como diminuir o IPI para vender mais carros e aumentar a produção, pois isso não é política pública e muito menos resolve o problema. A falta de planejamento de longo prazo e de políticas realmente sérias só pode conduzir a uma situação indesejada e assim, uma bomba relógio explode nas mãos dos trabalhadores brasileiros, incluindo aqui os pequenos e médios empreendedores, principalmente.  

Nelson Miguel Junior

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